[(r)evolução]

[Leia ouvindo "follow your fire" - kodaline]

               Não se surpreenda se eu aparecer do nada com o cabelo bem curto e com um novo linguajar. Não se surpreenda se eu começar a me podar e crescer de outra forma. Não se surpreenda se ao entrar no meu infinito particular, você ache os móveis em novos lugares. Talvez eu pinte a parede, retire preconceitos e readapte. Talvez eu tenha uma nova rotina e comece a tocar tamborim.
                A minha alma sempre foi esférica e nunca conseguiu se estabilizar. Ela gosta de circundar lugares escuros e acender velas em lugares inflamáveis. Ela gosta de carregar água com a peneira e gosta de fazer o sol chorar. Não, eu nunca fiz muito sentido. Eu apenas fui eu esse tempo todo. Com manias novas, trejeitos mudados, cheiro de café e pilhas de papel. Sempre fui de me reinventar.
                Quando a gente se reinventa, temos a obrigação moral de sair com nós mesmos para tomar um café; se reapresentar, se reconhecer - talvez encrencar, dizer que o santo não bateu; daí você se reinventa de novo. Pinta o cabelo, muda de roupas, fica sumida por três dias e volta depois - Completamente mudada, mas fingindo que nada aconteceu. Talvez você só precise começar uma pequena revolução dentro de você. As revoluções que começam por dentro são as que inflamam mais.
                 Se surpreenda se quando eu abrir a boca, nenhuma revolução em mim começar.

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