[EMPÁTICA]

             A empatia tem um jeito meio reconfortante/sufocante. É como se os meus ossos ficassem ocos. O meu fôlego se vai. E. Eu. Não. Posso. Respirar. Mas ela sabe aquecer bem o meu coração. Fazendo com que eu me sinta completamente humana.
            A empatia costuma me tirar para dançar sete dias por semana: De segunda a segunda ela me gira por corredores estreitos e me faz chorar sem entender bem o motivo. Ela coloca lentes de contato embaçadas nos meus olhos e faz com que o meu rosto esteja em cada pessoa que encontro na rua. O resultado é inevitável, como diria Paulo: Eu choro com os que choram e sorrio com os que sorriem.
            É engraçado como ela sabe arrancar dos meus poros o melhor de mim. E ela tem a incrível capacidade de fazer com que eu me ame nos outros - Logo eu, que nunca fui de me amar muito. Ela me põe para dormir com um velho índie e com histórias de alguns Silvas, Santos e Souzas.
            Perguntei para a empatia certa vez, o motivo da frequência dos nossos encontros. Ela não sorriu; apenas olhou dentro dos meus olhos com tanto amor que quase sufoquei. A resposta? "Você é terrivelmente humana e sabe amar com toda a loucura do seu coração". E foi com essa loucura que nos minutos seguintes, nos beijamos em meio a lágrimas e soluços. E por Deus! Eu ainda tento entender o misto de solidão e amor que eu senti.

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