[Atemporal]
[Leia ouvindo "Vai Menina" - Ana Laurosse]
[Eu ainda não tenho palavras para compor meus silêncios]
[É só mais um devaneio bobo]
"Way Up" - Alex Garant
Eu poderia listar todas as minhas boas aventuranças.
Poderia escrever por horas de como tive beijos arrebatadores,
De como conheci os abraços que me arrancaram suspiros,
E de como me perdi dentro das madrugadas bordando aquelas conversas.
Eu poderia ficar por horas falando sobre como aquela dança me fez flutuar
E de como eu perdi o fôlego antes de entrar no palco.
Poderia sentar e falar dos desamores e dos corações partidos.
Poderia contar da primeira queda e da primeira surra,
Quando meu coração saiu em viagem pela primeira vez.
Poderia falar do primeiro porre e do gosto de ressaca que o vômito deixou.
Poderia te dar a descrição plena de como é estar de coração partido
E de peito inflamado e de ressaca amorosa.
Poderia te dizer como é viver mil vidas,
Reencarnar quinze vezes e contar as história de cada fotografia.
Eu poderia facilmente te falar da vez em que eu peguei o carro,
E dirigi sem rumo por duas horas só para sentir o infinito.
Poderia contar de quando eu senti a alma flutuando pelo meu corpo,
sob efeito de entorpecente nenhum, ou talvez de todos (eu não lembro dessa parte direito).
Eu poderia te contar da primeira queda de bicicleta
E da primeira dormida fora de casa,
Do primeiro sentimento de liberdade
Quando eu atravessava a janela às quatro da manhã com cheiro de cigarro.
Mas eu não saberia te dizer,
Quando o temporal chegou,
Quando os raios rugiram mais alto lá fora,
Nem de quando eu voltei a ter medo do escuro.
É que as vezes, meu bem, a gente cresce
E não tem mais ninguém pra nos lembrar de sair com o guarda-chuva
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